QUARESMA

Jejum Quaresmal

Pergunta:

 

Por que jejuamos? Qual a razão do jejum antes de Páscoa?

 

Resposta:
 

Nós jejuamos antes da Festa das Festas, a Ressurreição de Cristo, para nos prepararmos para a celebração da vitória eterna de Nosso Senhor sobre o pecado, a corrupção e a morte, e antecipando a nossa própria ressurreição. Por conseguinte, a Grande Quaresma é um tempo de preparação durante o qual focalizamos e antecipamos a Ressurreição do Nosso Salvador pelo jejum, a oração e a prática das esmolas.

Quando jejuamos, “transferimos o nosso foco” de nós mesmos para Deus e para o próximo, gastando menos tempo preocupados com o que comemos, quando comemos, quanto comemos, e assim por diante, de modo a ocuparmos o nosso tempo com mais oração e cuidando dos pobres. Nós aprendemos, através do jejum, que podemos de facto ganhar controle sobre aquelas coisas que com demasiada frequência permitimos que nos controlem – e para muitos, a comida é um factor de controle. Ao mesmo tempo que jejuamos da comida, somos porém também desafiados a jejuar do pecado, da conversa fútil, do ciúme, do ódio e outras coisas semelhantes.

Além disso, do mesmo modo que nos absteríamos de comer muito, antes de irmos jantar a um restaurante caro – pois ao “arruinamos o nosso apetite” dificilmente desfrutaremos do nosso jantar – assim também jejuamos antes da Santa Páscoa, a fim de mais completamente festejarmos e celebrarmos a própria Festa.

Durante a Grande Quaresma – e todos os tempos quaresmais – nós somos convidados a abster-nos de carne, lacticínios, peixe, vinho e azeite. Ao mesmo tempo somos desafiados, neste enquadramento, a jejuar segundo as nossas melhores capacidades e a fazê-lo consistentemente. Se temos de alterar até que ponto jejuamos dentro deste contexto, claro que é possível, mas a cada instância o nosso jejum deveria ser consistente e regular, pois Cristo não entende o jejum como uma opção, mas como uma “necessidade”. No Evangelho de São Mateus, afirma Nosso Senhor Jesus Cristo, “QUANDO jejuardes, não vos mostreis contristados, como os hipócritas”, e não “SE jejuardes” ou “SE ESCOLHERDES jejuar”.

 

 
 
 
Pergunta:
 

Quais são os quatro ciclos da vida Litúrgica da Igreja Ortodoxa?

 
Resposta:

DIVINA LITURGIA – como em geral todo o OFÍCIO DIVINO – não pode ser considerada como uma obra isolada, fechada em si mesma. Ela faz parte de um todo coerente: “O ANO LITÚRGICO” que compreende quatro Ciclos, que se sobrepõem e se compenetram, para dar à oração litúrgica de todos os dias o seu carácter particular, infinitamente variado, e evitar a rotina e a monotonia.

  1. CICLO HEBDOMADÁRIO que liga a cada dia da semana a comemoração de um mistério particular, de um Santo ou de um grupo de Santos:

- Assim, o Domingo é consagrado à Ressurreição do Senhor.
- A Segunda – Feira é dedicada aos Santos Anjos.
- A Terça – Feira, a São João Baptista, Profeta e Precursor.
- A Quarta – Feira e Sexta – Feira, ao mistério da Santa Cruz e à Virgem Maria.
- A Quinta – Feira é consagrada aos Santos Apóstolos, Taumaturgos e Bispos,
especialmente a São Nicolau.
- No Sábado faz-se a comemoração dos Santos Confessores, dos Mártires e de
Todos - os - Santos e Fiéis Defuntos.

Quanto à SANTÍSSIMA VIRGEM, longe de ser esquecida, Ela é comemorada todos os dias, em todos os Ofícios, e particularmente no Domingo, nas Quartas e Sextas – Feiras, em razão da Sua participação no Mistério da Salvação.

  1. CICLO DAS OITO SEMANAS – chamado CICLO OCTOTONO - segundo os oito modos da música eclesiástica bizantina. A série das oito semanas ou dos oito modos começa no Domingo de São Tomé, o primeiro Domingo depois da Páscoa.
  1. CICLO ANUAL DAS FESTAS MÓVEIS OU TEMPORAL, que gravita em torno da Festa da Páscoa, e que compreende dezoito semanas: dez semanas de preparação para a Festa da Páscoa ou PERÍODO DA TRIODE, e oito semanas DO PERÍODO PENTECOSTAL, que vai da Páscoa até ao Domingo de Todos – os – Santos, exclusive, o primeiro depois do Pentecostes.

O PERÍODO DA TRIODE, chamado também TRIODE DA QUARESMA, compreende dez semanas de preparação para a Festa da Páscoa, a saber: as sete semanas da Grande Quaresma e três que as antecedem.

Este período começa com o DOMINGO DO FARISEU E DO PUBLICANO e termina no SÁBADO DA GRANDE SEMANA OU “SEMANA SANTA”.

Este período é assim designado porque no Ofício de Matinas os poemas conhecidos pelo nome de “Cânones” são, neste tempo, compostos de três ODES (donde, TRI - ODE) e não de nove (9) como habitualmente.

O livro litúrgico que contém os Ofícios próprios deste tempo foi chamado, pela mesma razão, LIVRO DA TRIODE.

Durante este período do Ano Litúrgico o Domingo é considerado como sendo o último dia da semana e não o primeiro que dá lugar, neste caso, à Segunda – Feira.

Sendo variável, de ano para ano, a data da Festa da Páscoa, O PERÍODO DA TRIODE é móvel, podendo principiar entre o dia 11 de Janeiro e 14 de Fevereiro.

O PERÍODO PENTECOSTAL OU PENTECOSTÁRIO, também chamado TRIODE PASCAL, compreende as oito semanas que se seguem à Festa da Páscoa: as sete semanas que vão da Páscoa ao Pentecostes e a semana que vai do Pentecostes ao Domingo de Todos - os - Santos.

Este período é assim designado em relação à FESTA DO PENTECOSTES, celebrada no Quinquagésimo dia após a Páscoa, e constitui o seu ponto central: todo este período é como que uma única Festa de cinquenta dias, a “Jubilosa cinquentena”. Toda a devoção dos fiéis é centrada na contemplação dos Gloriosos Mistérios da Ressurreição, Ascensão e Descida do Espírito Santo. A Ressurreição de Cristo fez de nós “cidadãos dos Céus”, homens celestes.

Nós vivemos, desde já, com Cristo, uma vida de Ressuscitados.

Durante este período o Domingo é considerado o primeiro da semana e não o último, como no PERÍODO DA TRIODE.

  1. CICLO ANUAL DAS FESTAS FIXAS OU MENOLÓGIO. No Rito Bizantino o ANO LITÚRGICO começa no dia 1 de Setembro e termina em 31 de Agosto.

ESTES QUATRO CICLOS FORMAM O RITMO RESPIRATÓRIO DA VIDA LITÚRGICA.

 

 
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