FÉ ORTODOXA

Os ensinamentos da Fé Ortodoxa estão resumidos no texto inicial e inalterável do Símbolo da Fé (chamado Credo de Niceia), formulado no séc. IV pelos dois primeiros Concílios Ecuménicos (Niceia e Constantinopla), confessando "o Pai o Filho e o Espírito Santo, Trindade Consubstancial e Indivisível" (Liturgia de São João Crisóstomo).

ELA CRÊ em "um só Deus, PAI TODO-PODEROSO, Criador dos Céus (mundo real mas invisível e imperceptível aos nossos sentidos, mundo angélico) e da Terra (mundo visível). Esta Criação deve ser compreendida no sentido mais forte do termo, não como uma organização a partir de elementos caóticos preexistentes mas como Criação PURA, do nada (ex nihilo) da vontade única da Trindade.

ELA CRÊ em "um só Senhor , Jesus Cristo, Filho Único de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, gerado, não criado, consubstancial ao Pai (da mesma essência que Ele, logo Deus), por Quem tudo foi criado...

ELA CRÊ na Encarnação do Filho de Deus (o Verbo) que por nós homens (Deus fez-se Homem para que o Homem fosse deificado) e para a nossa salvação, desceu dos Céus e encarnou pelo Espírito Santo no seio de Maria Virgem, e Se fez Homem (quer dizer que assumiu, no Seu Amor, a totalidade da natureza humana, exceptuando o pecado).

As duas naturezas, a divina e a humana, subsistem em Cristo "sem confusão nem separação" (segundo o dogma do 4º Concílio Ecumênico de Calcedônia, séc. V).

ELA CRÊ na crucifixão, na morte e na ressurreição de Cristo, acontecimentos anunciados nas Escrituras pelos Profetas e ocorridos 'sob Pôncio Pilatos" momento histórico central da nossa salvação.

ELA CRÊ na "subida aos Céus" do Senhor, na Sua Humanidade glorificada. Sentado à direita do Pai, fonte de tudo para todos, Ele virá dos Céus em Glória (visivelmente, Todo-Poderoso) para "julgar os vivos e os mortos" (no dia final da História do Mundo).

ELA CRÊ no "ESPÍRITO SANTO, Senhor e fonte de Vida, que procede do Pai – e não do Pai e do Filho – e com o Pai e o Filho recebe a mesma adoração e a mesma glória. Foi Ele que falou pelos profetas" (por Profetas a Igreja, entende os do Antigo Testamento e igualmente os Padres da Igreja, os Santos inspirados por Deus, os Concílios Ecumênicos, até aos nossos dias).

ELA CRÊ na "Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica". Desde sempre, desde os Apóstolos até hoje, a IGREJA ORTODOXA viveu sob forma "colegial", à imagem e semelhança da Divina Trindade, donde a existência, em perfeita sintonia de Fé, de Igrejas canónicas e Administrativamente Independentes, mas ligadas entre si pela mais estrita observância Dogmática, sem nenhum outro Chefe senão o Senhor Jesus Cristo.

A IGREJA ORTODOXA, fiel à Tradição milenar e doutrina evangélica, não aceita uma "Primazia Universal" seja de que Bispo for sobre todos os outros. Só o Senhor é a Cabeça da Igreja e o Único Pastor Universal.

ELA CONFESSA "um só Baptismo para a remissão (perdão) dos pecados e espera a Ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir".

 

Destes Fundamentos Dogmáticos seguem-se algumas formas essenciais de ensinamento e piedade Ortodoxa:

  • VENERAÇÃO DA VIRGEM MARIA E SANTÍSSIMA MÃE DE DEUS, Toda Santa e Toda Pura, Obra-Prima da Criação, Representante da humanidade transfigurada e Mãe de Deus. Para a Igreja Ela está acima dos Querubins e dos Serafins, pois, tendo nascido herdeira das consequências do pecado original, por Sua vontade livre NUNCA PECOU.
  • VENERAÇÃO DOS SANTOS, imagens de Deus, chegados pelos esforços e pela Graça (vontade livre do homem aderente à vontade de Deus) à Semelhança Divina.
  • VENERAÇAO DOS SAGRADOS ÍCONES, que nos leva, pela contemplação da imagem do Protótipo, ao Arquétipo representado. Não se trata de uma representação imitativa mas de uma significação e actualização simbólicas: O Iconógrafo não deve inventar por si mesmo (para respeitar a imagem ontológica tradicional) nem decalcar sobre outros ícones já existentes (para poder ser preservada e respeitada a liberdade da arte Inspirada por Deus e a sua diversidade).


A veneração dos Ícones está ligada à esperança da transfiguração da natureza visível. O 2º Concílio de Niceia (7º Concílio Ecumênico), em 787, aprovou contra os Iconoclastas (destruidores de imagens) a veneração dos Ícones que enraízam a sua existência no mistério da Encarnação, condenando toda a veneração a estátuas que imitassem a natureza visível (a volumetria das imagens dos Santos) como idolatria.

  • ORAÇÃO LITÚRGICA, PESSOAL, FAMILIAR: a oração é louvor, ação de graças ou imploração que sobe até Deus.


A oração litúrgica é o sangue que alimenta a Igreja., "Corpo de Cristo" (São Paulo). Nela se manifesta, de uma forma sensível, pelo canto e atitudes, a unidade deste Corpo.

Ela não exclui a oração pessoal, expressão individual e escondida desta mesma unidade. A oração pessoal encontra a sua plenitude na oração do coração ou do "rosário".

A oração familiar vivifica, une e santifica os lares pela celebração doméstica de Laudes, de manhã, e de Vésperas ou Completas, à noite.

A Vida dos Cristãos Ortodoxos é santificada, ainda, por orações com intenções diversas, por exemplo, a bênção dos lares, das colheitas, dos animais domésticos, dos instrumentos de trabalho, na ocasião próxima de nascimento (bênção da futura mãe), dos doentes, de procissões , etc.

 
  Copyright (c) 2005-2008 Serviço de Comunicação do
Departamento de Relações Exteriores da Igreja Ortodoxa de Portugal
Morada: Quinta da Granja - Mosteiro Ortodoxo do Nascimento da Mãe de Deus
Cachoeiras 2600-582 - (V.F.Xira) Portugal
Nº C.Religiosa 592003280
Telefone/Fax:(+351) 261-865-912
Desenvolvimento: Webknutt